O EDIFÍCIO
A atual Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves (CMAG), um projeto do arquiteto Norte Júnior (1878-1962) datado de 1904-05, foi mandada construir pelo pintor José Malhoa (1855-1933) para sua casa de habitação e atelier de trabalho, uma verdadeira casa-de-artista. Prémio Valmor em 1905, o projeto integrava-se urbanisticamente no plano de crescimento da cidade de Lisboa.
A “Casa-Malhoa”, então assim designada, foi adquirida em 1932 pelo Dr. Anastácio Gonçalves (1889-1965), médico oftalmologista e colecionador de arte, que ali viveu e organizou a sua coleção até ao ano da sua morte. Em 1969, por vontade expressa do colecionador, o edifício é legado ao Estado Português para aí se criar um Museu que abre ao público em 1980. Em 1996, com projeto dos arquitetos Frederico George (1915-1994) e Pedro George, foram realizadas obras de ampliação e beneficiação, anexando-se ao edifício original uma moradia contígua também assinada por Norte Júnior. O novo espaço proporcionou o alargamento da área de acolhimento do visitante com loja, cafetaria e zona para exposições temporárias, após o que a CMAG reabriu portas em dezembro de 1997.
Em 2019, depois de novas obras de valorização, no âmbito da intervenção da zona envolvente à construção da torre Edifício 41, em Picoas, a Casa-Museu passou a beneficiar de novos espaços de exposição e de reserva, ficando ainda dotada de uma nova entrada (bilheteira e loja) e de melhores condições de acessibilidade, asseguradas pela instalação de um elevador. Além de uma nova solução museográfica para a coleção de cerâmica, foi criado um núcleo dedicado à figura do médico-colecionador António Anastácio Gonçalves (1888-1965).